segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Globo de Ouro (2009)

Autor: Elia Ethos Dorus

Após assistir aos principais indicados ao Globo de Ouro de 2009, imediatamente veio à minha cabeça a célebre frase do Barão de Itararé, "...de onde nada se espera, daí é que não sai nada mesmo".

Se a Academia é conhecida por seu conservadorismo, a única coisa que podemos dizer sobre o Globo de Ouro, é que se caracteriza pela total falta de identidade, coerência e zelo por sua reputação. Esse ano não foi diferente, as indicações são de deprimir hiperbóreos.

The Curious Case of Benjamin Button talvez seja a exceção, nada que chegue ao ponto de animar a festa, mas mostra um renovado David Fincher, aparentemente aprendendo a ser diretor de cinema. Fincher por sinal, deveria dar a Sam Mendes e Ron Howard o endereço desse seu retiro pré-Zodíaco, já que essas duas aberrações hollywoodianas não aprendem.

Revolutionary Road e Frost/Nixon são duas bombas, fitas totalmente risíveis e sem importância.

Slumdog Millionaire é outro caso apartado, é a bola-da-vez de 2009 e provavelmente irá faturar Globo de Ouro e Oscar. Não por sua qualidade, já que o filme é medíocre, mas sim, por seu esforço e completa boa vontade com todo tipo de fórmula que caracteriza um bom ganhador de prêmios no circuito americano.

Em 2009, a categoria Melhor Filme, Comédia / Musical sem dúvida apresenta peças mais interessantes que os concorrentes principais. Burn After Reading, dos irmãos Coen, apanhou de todos os lados da crítica americana (que só poupa Clint Eastwood de seu padrão clássico de nunca engrandecer dois filmes seguidos do mesmo diretor) e não deve levar nada pra casa. Nessa mesma categoria, ainda temos uma ótima indicação, que é Happy-Go-Lucky, do excelente Mike Leigh, filme que nos apresenta a melhor e mais injustiçada atuação de 2008, pela veterana Sally Hawkins, antiga parceira de Leigh, em filmes como o fabuloso Vera Drake de 2004.

Já que chegamos ao tema “performances”, chega a ser impossível não destacar a falta de criatividade do Globo, em suas indicações. Na categoria masculina, as atuações variam de, muito fracas, como as de DiCaprio (Revolutionary Road) e Brad Pitt (The Curious Case...), a totalmente maneiristas como de Mickey Rourke (The Wrestler) e Sean Penn (Milk). Milk por sinal, filme surpreendentemente preterido esse ano. Nem o suicídio poético e autoral de Van Sant, foi suficiente pra colocá-lo ao lado de outros quatro medíocres, como indicado para melhor diretor.

As indicações femininas, apesar de muito superiores às masculinas, ainda sim se mostram conservadoras – e por isso, fica a impressão que teremos dejá vu no Oscar. Kate Winslet está muito bem e tudo indica que esse, finalmente, será seu ano. Meryl Strep e Kristin Scott Thomas repetem pela milésima suas performances, e como queridinhas da crítica Mcdonalds, marcam presença. De diferente, temos a bela Anne Hathaway, que surpreende, como único ponto positivo no pavoroso e demente Rachel Getting Married.

Ademais, é esperar dia 11 de janeiro e ver o que nos espera. (Vocês, eu dormirei)

Nota 1: Sthepen Daldry tem as costas mais quente dos EUA! Só porcarias no currículo e sempre aparece em premiações.

Nota 2: Angelina Jolie deve ter algum acordo com críticos americanos, que nunca detonam suas patéticas atuações, que beiram sempre o absurdo.

Nota 3: Parem com essa moda de indicar Bardem e Cruz, isso não tem graça!

Nota 4: Heath Ledger vai ser premiado sem merecer, anotem!

4 comentários:

  1. Criticos mediocres como vc só tem q falar mal mesmo.... encher a tela dos PCs de babozeiras e detonar grandes astros do cinema....
    Dizer q Sam Mendes e Hon Howard não sabem fazer cinema,,,, ta bom...quem sabe é vc kkkkkkkkk

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  2. Bom, não assisti quase nenhum dos filmes que concorreram esse ano, portanto não tenho um embasamento para fazer qualquer crítica (ao contrário do Elia que viu todos), mas quanto à “capacidade” de Sam Mendes e Ron Howard tenho que concordar que ambos são apenas diretores medianos. (Sam Mendes nota: "C" e Ron Howard: "C-").

    Achei a festa em si, bem divertida, destaque para o “freak” do Mickey Rourke zoando o Aronofsky e recebendo um dedo do meio em troca...

    O Johnny Depp malucaço como sempre, dando “pulinhos” para trás na hora de anunciar as concorrentes de uma determinada categoria que não me lembro agora.

    E a deliciosa Anna Paquin recebendo um globo de ouro de melhor atriz de TV, pela ótima série da HBO: “True Blood”

    Enfim, agora é esperar o SAG Awards que será muito mais justo (uma vez que os próprios atores é quem votam em seus colegas)...

    PS: Parabéns pela ótima crítica, escreva mais para o blog! Abraço.

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  3. Como tem gente que entende de cinema rs

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  4. Concordo com tudo, exceto o comentário quanto ao David Fincher renovado, pra mim aquilo lá não teve absolutamente nada de renovado, e a nota 4... Heath Ledger mereceu sim!

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